Quando os dois fundadores do Sepultura voltam a tocar juntos, a primeira coisa que vem à cabeça é, obviamente, Sepultura, ainda mais se considerarmos que um deles é a voz das duas bandas. Um olhar mais atento, no entanto, leva a um “reinício de tudo” que remete ao período em que os irmãos Cavalera eram só uns moleques fãs de heavy metal, e, por conseguinte, ao heavy metal da época em que eles eram moleques, o início dos anos 80. Quando o Sepultura sequer existia e o thrash/death metal era algo embrionário, sobretudo num Brasil pré-internet. As referências eram outras, e são essas – as referências da época – que Max e Iggor buscam nesse reencontro histórico. Um tempo em que o heavy metal não era tão fracionado em subgêneros, de modo que uma parte do conteúdo dessas ramificações sequer existiam, e a outra estava toda inserida dentro de um único contexto: o heavy metal em si. Assim, guitarras melódicas conviviam com vocais guturais e músicas lentas e arrastadas, com os vocais agudos, era tudo parte de uma coisa só. De certo modo, essa é a música do Cavalera Conspiracy nessa animadora estréia. Bandas que emergiam do underground metálico da época, como Morbid Angel, Celtic Frost, Venon e Possessed, só para ficarmos com alguns exemplos, estão aqui e ali, citadas ou devidamente – digamos – atualizadas.
Isso porque seria impossível fazer a mesma coisa daquela época com quase 30 anos a mais de tecnologia e desenvolvimento musical e pessoal de cada um dos Cavalera. Nisso, a contribuição do guitarrista Marc Rizzo (também Soulfly) é fundamental. Ele passeia por vários subgêneros do metal, ora com solos melódicos (“Black Ark”, “Bloodbrawl”), ora com andamentos pesadões (“Bloodbrawl”) ou marcados (“The Doom Of All Fires”), solos furiosos (“Nevertrust”), mas sempre com um punch admirável. Além de um certeiro direcionamento artístico de Max, é Rizzo que toma conta de grande parte das músicas. Iggor, de seu lado, nem parece aquele sujeito que se disse cansado do metal e desandou a se apresentar como DJ. Aqui ele aparece nervoso, com a mesma pegada que o levou a ser considerado um dois maiores bateristas do mundo. Em “Sanctuary”, por exemplo, mostra uma rapidez de fórmula 1, sem abandonar a boa técnica. Em outras músicas relaxa o andamento, mas nunca abandona o peso, fundamental para o grupo.
Neste “Inflikted” a convivência de elementos do thrash/death metal, do metal melódico, do heavy metal tradicional, do doom metal, do black metal e até do hardcore, que Max nunca deixou de lado, é flagrante. Mas a coisa aparece tão bem homogeneizada que se traduz num metal moderno (longe do nu-metal) e que não se identifica sequer com tendências mais novas dentro do gênero. Nada tem a ver, por exemplo, com a chamada new wave of american heavy metal, ou com o metal cabeçudo de grupos como o Mastodon. Reúne, contudo, elementos também usados por elas, numa espécie de “tudo junto ao mesmo tempo”. Poucas vezes na história do heavy metal se viu coisa tão ecumênica.
Mas como um projeto paralelo de alguém que vê sua outra banda como principal (Max) com outro que prefere ser DJ (Iggor), muito provavelmente, após uma pequena turnê, o Cavalera Conspiracy volte para a gaveta. O que significa que este disco ficará à mercê de outras bandas e produtores, que certamente não irão deixar passar tal achado. Mesmo porque não são poucos os órfãos de Sepultura.
Marcadores: cavalera conspiracy, marcos bragatto
Isso porque seria impossível fazer a mesma coisa daquela época com quase 30 anos a mais de tecnologia e desenvolvimento musical e pessoal de cada um dos Cavalera. Nisso, a contribuição do guitarrista Marc Rizzo (também Soulfly) é fundamental. Ele passeia por vários subgêneros do metal, ora com solos melódicos (“Black Ark”, “Bloodbrawl”), ora com andamentos pesadões (“Bloodbrawl”) ou marcados (“The Doom Of All Fires”), solos furiosos (“Nevertrust”), mas sempre com um punch admirável. Além de um certeiro direcionamento artístico de Max, é Rizzo que toma conta de grande parte das músicas. Iggor, de seu lado, nem parece aquele sujeito que se disse cansado do metal e desandou a se apresentar como DJ. Aqui ele aparece nervoso, com a mesma pegada que o levou a ser considerado um dois maiores bateristas do mundo. Em “Sanctuary”, por exemplo, mostra uma rapidez de fórmula 1, sem abandonar a boa técnica. Em outras músicas relaxa o andamento, mas nunca abandona o peso, fundamental para o grupo.
Neste “Inflikted” a convivência de elementos do thrash/death metal, do metal melódico, do heavy metal tradicional, do doom metal, do black metal e até do hardcore, que Max nunca deixou de lado, é flagrante. Mas a coisa aparece tão bem homogeneizada que se traduz num metal moderno (longe do nu-metal) e que não se identifica sequer com tendências mais novas dentro do gênero. Nada tem a ver, por exemplo, com a chamada new wave of american heavy metal, ou com o metal cabeçudo de grupos como o Mastodon. Reúne, contudo, elementos também usados por elas, numa espécie de “tudo junto ao mesmo tempo”. Poucas vezes na história do heavy metal se viu coisa tão ecumênica.
Mas como um projeto paralelo de alguém que vê sua outra banda como principal (Max) com outro que prefere ser DJ (Iggor), muito provavelmente, após uma pequena turnê, o Cavalera Conspiracy volte para a gaveta. O que significa que este disco ficará à mercê de outras bandas e produtores, que certamente não irão deixar passar tal achado. Mesmo porque não são poucos os órfãos de Sepultura.
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Vamos comemorar... os Cavalera estão de volta!!!
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